quinta-feira, 23 de junho de 2011

FALA X ESCRITA



Por volta dos seis anos de idade a criança domina a língua oral e vai iniciar, nessa época, o aprendizado da leitura. Entretanto, se o desenvolvimento da fala ocorre de maneira natural, o da escrita será resultado de uma aprendizagem explicita.
O bebê possui competências naturais que lhe permitem aprender a falar. Essas competências são “ativadas” no contato com o meio social que o cerca. Consequentemente, ele vai compreender e verbalizar a fala sem ter necessidade de um conhecimento prévio sobre as estruturas ou regras que compõem a língua oral.
De maneira diferente se dá o desenvolvimento da língua escrita, pois que esta é uma criação do homem.


A língua escrita: uma reflexão sobre a língua oral?






A aprendizagem da língua escrita em um sistema alfabético necessita do tratamento consciente e voluntário dos componentes da fala. Enquanto que uma criança não alfabetizada trata a língua oral de maneira natural e intuitiva, o pequeno aprendiz da leitura será levado a tomar a fala como um objeto de reflexão e análise, o que torna a aprendizagem da língua escrita mais custosa.


Sobre o que a criança alfabetizada deve então refletir?






O momento de ler e de escrever é o momento de refletir sobre algo que foi feito até então de maneira intuitiva. A criança inevitavelmente vai apoiar-se na oralidade nesse início da aprendizagem da língua escrita, mas, para que haja desenvolvimento, ela deve pouco a pouco perceber as particularidades de cada um desses sistemas lingüísticos.
O aluno então deverá se tornar consciente de que:
-A frases faladas são formadas por palavras e, ao escrever, essas palavras devem estar separadas uma da outra;
-Cada palavra é formada por sílabas e estas por fonemas - aqui entra a “Consciência Fonológica”, bastante citada nas literaturas sobre dislexia.
-As sílabas e os fonemas, se tiverem sua ordem alterada, mudarão toda a palavra;
-Alguns sons da fala são representados graficamente sempre da mesma maneira, já outros poderão ser representados por vários símbolos gráficos diferentes – a criança deverá escolher, entre essas várias possibilidades, a “boa”, ou seja, aquela que é adequada para a palavra a ser escrita;
-Ao contrário, algumas letras podem ganhar sons diferentes dependendo do contexto em que são utilizadas. Nesse caso, será durante a leitura que a criança perceberá que o “s” de “casa” e de “sapo” são pronunciados diferentemente;
-A entonação, a comunicação corporal, enfim, as diversas pistas transmitidas durante a fala, terão que ser representadas na escrita através de frases bem elaboradas e pontuações.

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